Alta demanda por materiais esportivos movimenta e-commerce e indústrias do setor em Minas Gerais
Instalação de várias fábricas e empresas de logística, por meio de atração de investimentos do Indi, incrementa os negócios, aumenta as vendas e gera empregos no estado
Publicado: 18/10/2021 19:48 | Atualizado: 03/10/2022 21:07
Foto: Rafael Bernardo Foto: Rafael Bernardo

O avanço da vacinação em Minas Gerais e a redução do número de casos de Covid-19 no estado contribuíram para o aumento da procura por materiais esportivos a partir de setembro deste ano. A alta demanda desses produtos é sinônimo de mais faturamento e geração de empregos para o setor em Minas Gerais, sendo que a maioria das empresas instaladas no estado ou que expandiram recentemente seus negócios por aqui contou com atuação da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi).

“Minas Gerais está próxima aos grandes centros consumidores e possui a maior malha viária do país, o que nos dá uma vantagem logística muito grande. Junte-se a isso um regime tributário atrativo do Governo de Minas, que oferece vantagens tributárias para as empresas que negociam seus produtos dentro do estado, aumentando a atratividade”, afirma o diretor de Atração de Investimentos do Indi, Adriano Carvalho.

Situada no polo do e-commerce de Extrema, Sul de Minas, a InfraComerce distribui os produtos da gigante americana Nike e de outras empresas de material esportivo. A empresa já contabilizou um incremento na demanda de cerca de 15% somente na primeira quinzena de setembro e se preparou para uma alta ainda maior nos próximos meses.

Vagas de trabalho

“Há aumento não só de infraestrutura material, para comportar o crescimento de inventário, mas também de corpo de funcionários. No mês de setembro, apenas no CD de Extrema, aumentamos em 50% o número de vagas, nos preparando para a demanda não só desse mês, mas para a crescente dos próximos meses. Até outubro, devemos ter um aumento médio de 60% do inventário. Esse crescimento impacta não só em custos logísticos (separação, embalagem e controles), mas também em contratação de atendimento, insumos, transportadoras, em toda a cadeia operacional”, afirma a gerente de E-commerce Sênior da Infracommerce, Helena Costa.

A Tecnotêxtil, situada em Três Pontas, no Sul de Minas, é exemplo de indústria que está produzindo mais com a chegada das estações primavera e verão. A empresa fabrica camisas esportivas para marcas mundiais, como Adidas, Puma e Track&Field, e ainda uniformes de clubes, como Palmeiras, Flamengo, Deportivo Cali (Colômbia) e Bolívar (Bolívia). “A demanda com a chegada da primavera é de cerca de 20% maior do que a registrada no inverno”, diz Paulo Tarandach, diretor da empresa,  acrescentando que a Tecnotêxtil deve fechar 2021 com cerca de 3,5 milhões de peças produzidas.

Os fornecedores também somam resultados positivos com a alta demanda de artigos esportivos. É o que ocorre com a Tricostura, da cidade de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Ela fornece peças de acabamentos para roupas e calçados, principalmente golas, para outras indústrias. A empresa, inclusive, fabrica golas para as camisas oficiais do time Paris Saint Germain (PSG) e destinadas à América Latina.  “Tivemos um aumento de cerca de 38% na nossa demanda e passamos de 98 para 138 colaboradores na produção. Esperamos manter esse ritmo até a segunda quinzena de novembro”, destaca o CEO da empresa, Cleverson Nogueira Gabriel.

Extrema concentra e-commerce

Além da gigante esportiva americana Nike, outras marcas mundiais, como Mizuno e Under Armour, e nacionais, como Olympikus e Centauro, também possuem centros de distribuição em Minas Gerais. Somente em Extrema, existem mais de 150 empresas do setor de e-commerce instaladas na cidade e responsáveis por movimentar o equivalente a 25% do volume do setor no país. Minas Gerais  também possui importantes polos da indústria têxtil, concentrados nos municípios de Belo Horizonte, Divinópolis, Espinosa, Jacutinga, Muriaé e São João Nepomuceno, entre outros.

O gestor do Indi ressalta que ainda há espaço significativo, por exemplo, para empresas do setor de logística se expandirem e outras regiões mineiras poderem se aproveitar disso. “Os galpões que existem hoje no Brasil são equivalentes aos de Chicago, além de nosso país ter estruturas semelhantes às existentes na cidade americana. Nós, mineiros, temos total condição de sediar outros hubs de logísticas semelhantes ao de Extrema, como nas regiões do Triângulo e Norte de Minas”, complementa Carvalho.