Com auxílio do Governo de Minas, Leopoldina volta a ter um grande laticínio e gerar empregos no setor
Atuação da Sede, Invest Minas e Prefeitura local viabilizaram investimento em planta fabril desativada, empregando cerca de 100 trabalhadores e beneficiando 400 produtores rurais
Publicado: 27/07/2023 12:28 | Atualizado: 27/07/2023 19:44
Divulgação: Leolac/Invest Minas Divulgação: Leolac/Invest Minas

Este mês pode ser considerado como uma data histórica para a cidade de Leopoldina, na Zona da Mata. A data marca o início das atividades da planta fabril que abrigou a antiga cooperativa de produtores de leite e principal laticínio da região. A indústria paralisou as atividades por problemas financeiros, acabando com centenas de empregos e prejudicando vários produtores rurais. Mas uma ação conjunta entre o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e a Invest Minas, e a Prefeitura local permitiu que a unidade obsoleta fosse reativada com um novo investidor, garantindo a retomada dos postos de trabalho e a sobrevivência de produtores rurais.

A cidade de Leopoldina faz parte de uma das mais importantes bacias leiteiras do país. Desde a década de 1940, a principal indústria da cidade era a Cooperativa dos Produtores de Leite de Leopoldina (LAC). A marca teve produtos de sucesso e chegou a beneficiar 400 mil litros de leite por dia. Mas passou por diversas crises até o encerramento das atividades em 2022.

O presidente do Sindicato Rural de Leopoldina, Salviano Junqueira Ferraz, relembra o impacto negativo da paralização do laticínio. “A cooperativa buscava o leite nas pequenas propriedades, e com o encerramento das atividades, esses produtores ficaram sem ter como escoar a sua produção, já as grandes propriedades encontraram soluções.  Muitos venderam animais, passaram a fazer queijo, manteiga e outros produtos, mas isso era o suficiente só para manter a família. Vivemos uma situação muito ruim”, conta.

Sobrevivência


Reativar a fábrica obsoleta passou então a ser uma questão de sobrevivência para milhares de pessoas. Com a vocação regional e mão de obra qualificada à disposição. O empresário catarinense Auri Vilmar Meisterlin, proprietário de outras três marcas no Sul do país, aceitou o desafio de arrendar a planta da antiga cooperativa, mas ele encontrou muitas dificuldades no processo. “A fábrica estava praticamente parada há quatro anos, com maquinário se deteriorando e licenças vencidas. Iríamos levar anos para colocar tudo em ordem. Sem a fábrica operando, os gastos seriam inviáveis”, conta o empresário.

Algumas lideranças locais e o novo investidor procuraram o Governo de Minas para ajudar, por meio da Sede e da Invest Minas. O subsecretário de Liberdade Econômica e Empreendedorismo da secretaria, Lucas Pitta, lembra da ação conjunta dos dois órgãos para buscar uma solução. “Conseguimos envolver outras áreas para costurar um caminho que permitisse, legalmente, que a atividade fosse iniciada em um volume menor e ampliada à medida que alguns entraves fossem sendo resolvidos. Muitas vezes é isso que falta para solucionar um problema: sentar-se à mesa, cada um expor o seu lado e construirmos juntos uma solução, dentro da legalidade e do respeito ambiental, permitindo que o empreendedor viabilize o seu negócio e gere os empregos”, conta o subsecretário.

O empreendedor se comprometeu a resolver diversas questões com prazos determinados em troca da liberação da fábrica, para o início das operações. “Depois da reunião, em 15 dias já estava sendo feita uma nova vistoria no local. Além do apoio da prefeitura, a Invest Minas nos ajudou demais apontando o que deveríamos fazer e qual órgão procurar para resolver os entraves”, complementou Meisterlin.

Impacto econômico e social

A Leolac, a partir deste mês de julho, já está operando em escala normal. Atualmente, já são 98 funcionários e um beneficiamento de 150 mil litros de leite e 400 mil litros de soro por dia.  O número de funcionários deve passar de 200 em curto prazo, já que a empresa está com vagas de emprego abertas.

O prefeito de Leopoldina, Pedro Augusto Junqueira Ferraz, destaca a importância de ter um novo laticínio em operação no município. “A economia de Leopoldina ganha muito com a abertura dessa nova empresa, não só na arrecadação de impostos. O Governo de Minas teve uma atuação fundamental conosco na viabilização deste sonho. Quando trabalhamos juntos por um mesmo objetivo, o resultado é desenvolvimento, geração de empregos e melhoria da vida do homem do campo”, ressalta o administrador municipal.

Douglas Silvério, 31 anos, foi um dos beneficiários da abertura da Leolac em Leopoldina neste ano. Pai de duas crianças pequenas, ele não esconde a felicidade em falar da nova oportunidade como operador de torre de secagem de leite em pó. “Passei quase seis meses desempregado, e sem muita perspectiva, pois tenho experiência em empresa de alimentos. A vinda a Leolac foi uma oportunidade para eu voltar ao mercado. Sou muito grato à empresa e penso agora em crescer na carreira. Estou muito feliz pelo meu novo emprego e pelo impacto na cidade e na região”, comemora. 

Salviano Junqueira também conta que, aos poucos, a situação no campo vai voltando ao normal. “As propriedades vão levar um tempo para se reestruturar, mas já melhorou demais. Hoje, temos um horizonte à frente. O Sindicato está ajudando todos em busca de crédito para compra de animais e novas máquinas. Em breve, vamos retomar o ritmo de produção e voltar a ser uma das maiores bacias leiteiras de Minas”, celebra o produtor, bastante confiante.

O analista de Promoção de Investimentos Walace Peixoto, que acompanho o caso pela Invest Minas, destaca o papel da Agência em auxiliar os empreendedores a consolidar os seus investimentos, que acabam causando um efeito positivo em vários outros setores econômicos. “O impacto é extremamente benéfico, pois movimenta vários negócios dentro da cadeia produtiva, como veterinários, casas de ração, serviços de manutenção e venda de veículos etc. Além disso, com mais famílias empregadas, o poder de compra aumenta, beneficiando setores como comércio e serviços. Ajudar a concretizar investimentos como esse garante melhoria de qualidade de vida para milhares de pessoas”, complementa.