Governo de Minas comemora Dia Mundial da Energia com grande aposta em fontes limpas para liderar transição energética
Com suporte da Sede-MG e suas vinculadas Cemig e Invest Minas, Estado quer impulsionar desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental
Publicado: 29/05/2024 13:03 | Atualizado: 29/05/2024 20:30
Crédito: Banco de Imagem/Liufuyu Crédito: Banco de Imagem/Liufuyu

Ela está presente em todo lugar, 24 horas por dia, o tempo todo. Desde o funcionamento de um simples chuveiro até a movimentação de uma grande indústria. É bastante versátil também. Pode vir de fontes fósseis, como petróleo, gás natural e carvão mineral, mas, melhor ainda, de fontes limpas e sustentáveis, como a água, o sol, o vento e até mesmo da matéria orgânica vegetal ou animal (biomassa). Estamos falando da energia, que, neste 29 de maio, comemora o seu Dia mundialmente.

A energia, aliás, é um dos principais pilares do Governo de Minas. Desde que assumiu a gestão estadual, em 2019, o governador Romeu Zema tem colocado o tema entre as prioridades máximas de sua gestão, principalmente pela sua relevância a nível mundial. Com as mudanças climáticas e o aquecimento global, a busca por alternativas de energia de menor ou nenhum impacto ao meio ambiente tem se tornado uma grande missão mundo afora.

A promoção do uso eficiente da energia, incentivando a transição para fontes limpas, como solar, eólica e hidrelétrica, é impulsionada pelo Governo de Minas. O resultado disso é que, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de 2024, o estado possui quase toda a sua matriz elétrica (96,38%) limpa, dividida em: hídrica (64,89%), solar (21,49%) e biomassa (10%). Os 3,62% restantes são provenientes de fontes fósseis.

Sol de Minas

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas, Fernando Passalio, ressalta que, antes mesmo da adesão à campanha mundial para zerar emissões de carbono Race to Zero, em 2021, o Governo de Minas já adotava medidas em prol da descarbonização. Uma delas, o Projeto Sol de Minas, lançado ainda em 2019, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), foi o principal responsável pela expansão, para mais de um quinto, da participação da energia solar na matriz elétrica.

“Medidas como a simplificação de licenciamento ambiental e incentivos fiscais para a cadeia produtiva do setor são exemplos de como Minas atuou para impulsionar uma energia limpa e renovável para os mineiros como a solar. O Estado capacitou 130 prefeituras, para auxiliá-las no desenvolvimento de seus projetos de energia desta modalidade, tornando-as mais sustentáveis e com potencial ainda maior para atrair investimentos”, diz Fernando Passalio.

Minas possui hoje capacidade de geração de 8,38 GW de energia solar, com 4,5 GW de geração centralizada e 3,88 GW de geração distribuída. O número recorde e pioneiro corresponde a 59,85%, mais da metade, da potência instalada na Usina de Itaipu, de 14 GW, e coloca o estado em 1º lugar no ranking nacional de geração solar.

Desde a implantação do Sol de Minas, conduzido pela Subsecretaria de Atração de Investimentos e Cadeias Produtivas (Subinvest), o estado adicionou 7,89 GW de potência instalada fotovoltaica, de uma potência até então de 500MW, um crescimento de 1.578%. Com isso, seus 853 municípios possuem, cada, ao menos um unidade de geração de energia solar fotovoltaica. 

Em atração de investimentos privados do setor solar, a Invest Minas, agência vinculada à Sede-MG, contabiliza de 2019 até agora R$ 76,6 bilhões. Desses, podem ser destacados:

  • Solatio Energy, Norte de Minas - R$ 19,6 bilhões (em operação);
  • Atlas Brasil, Norte e Noroeste de Minas - R$ 6,1 bilhões (fase de implantação);
  • Complexo de Geração de Energia Gameleiras S.A, Norte de Minas - R$ 3,5 bilhões (projeto formalizado);
  • CEI Solar, Norte de Minas - R$ 3,2 bilhões (fase de implantação);
  • Vale, Norte de Minas - R$ 2,5 bilhões (em operação).

Esses protocolos representam a geração de 3.531 empregos diretos e outros tantos indiretos que envolvem a implantação e a cadeia produtiva.

Fomento à inovação gera novos aliados

Por meio de programas da Subsecretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Sede-MG, o Governo de Minas também incentiva a produção de novas tecnologias, produtos e serviços no ramo da energia. Dois exemplos que já dão resultados concretos vêm do Compete Minas e do Seed MG. 

Com o apoio do programa estatal Compete Minas, a empresa Flex Engenharia, com sede em Divinópolis, desenvolveu, em parceria com a UFMG e a UFV, um rastreador solar inteligente. O equipamento, que já está disponível ao mercado, acompanha o movimento dos raios solares de forma a promover maior eficiência e volume de energia gerado na placa fotovoltaica ao fim do dia.

A maior inovação, no entanto, segundo um dos idealizadores, Fabiano Gontijo Fonseca, é a democratização do acesso ao produto. “O grande ganho é exatamente isso: o pequeno investidor, o pequeno produtor, ter acesso a uma tecnologia de alta performance”, destaca.

Renan Nominato, fundador da Digital Grid, plataforma que faz gestão de créditos na geração distribuída, viu seu negócio crescer com a ajuda do Seed. A empresa, com sede em Belo Horizonte, é especialista em solução SaaS que faz conexão entre usinas e consumidores finais. “Já conseguimos 80% de economia de tempo na gestão de créditos por parte das usinas”, conta. A Digital Grid está presente em dez estados.

Cemig retoma investimentos em energia renovável 

Após mais de 20 anos, a  Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) retomou investimentos em energias renováveis no seu parque gerador. Dentre eles, se destacam R$ 800 milhões para a construção de dois parques solares no Norte de Minas. A projeção é de que essas usinas acrescentem 187 MWp (megawatts pico) de potência instalada à empresa e iniciem sua operação em breve. Atualmente, 100% da energia produzida pela Cemig são provenientes de fontes limpa e renovável.

Desde o início das operações da Cemig SIM, em 2019, também foram investidos R$ 490 milhões em projetos de greenfield (novos) e brownfield (existentes). Até 2027, serão investidos R$3,5 bilhões pela Cemig no segmento de geração distribuída.  A Cemig SIM foi criada para atuar em geração distribuída, eficiência energética, cogeração, mobilidade elétrica e outras soluções inovadoras no setor de energia.

Além dos aportes em geração limpa e renovável, a Cemig está realizando o maior investimento da sua história para conectar a geração de energia renovável no Sistema Interligado Nacional (SIN), independentemente de ser produzida pela companhia ou por outras empresas do setor elétrico.

Para isso, a Cemig está investindo R$ 50 bilhões em 10 anos. O montante une dois ciclos: de 2019 a 2023, quando foram investidos R$ 13,5 bilhões; e de 2024 a 2028, no qual estão sendo investidos R$ 36,5 bilhões. 

A companhia mineira atende hoje a uma população de 20 milhões de pessoas. O presidente da estatal, Reynaldo Passanezi Filho, avalia que o setor elétrico é fundamental para a descarbonização no mundo. 

“As grandes tendências do mundo são energia renovável para enfrentar as mudanças climáticas e inteligência artificial generativa. E elas estão interconectadas. Não é possível crescer em inteligência artificial e avançar na descarbonização sem o correspondente aumento da oferta de energia limpa. E Minas é o melhor local para esse objetivo”, destaca o presidente da Cemig.

Diversificação de fontes limpas

Em 2023, foi sancionada pelo Governo de Minas a Lei Estadual n.º 24.396/2023, criando a política pública para o biogás e biometano. Isso possibilitou que a Sede-MG editasse a resolução n.º 34/2023, permitindo que o biometano pudesse ser distribuído pela concessionária Gasmig e também no mercado livre. Hoje, 98% da produção mineira de biogás e biometano é para a produção de energia elétrica. 

Minas Gerais também possui potencial para produzir hidrogênio através de várias fontes, seja solar, biogás, biometano, etanol e gás natural. Com isso, o governo de Romeu Zema vem estruturando o Plano Estadual de Hidrogênio de Baixo Carbono. A medida, conduzida pela Diretoria de Energia da Sede-MG, prevê o desenvolvimento da cadeia produtiva por meio da criação de hubs que conectam oferta e demanda, contribuindo para a transição energética da indústria mineira e do agronegócio.

Importante player no setor de biocombustíveis nacional, o estado, no ano passado, produziu um total de 3.304.705 m³ de etanol, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A condição coloca Minas em 5º lugar entre os maiores produtores do Brasil, com fatia de 9,33%. 


Jornalistas responsáveis: Gabriela Pedroso Martins e Mariana Aroni