Plataforma Mineira de Bioquerosene e Renováveis é apresentada à Fundação Renova
Inciativa busca atender à demanda emergencial da recuperação do Rio Doce e seus afluentes
Publicado: 29/04/2019 10:55 | Atualizado: 03/10/2022 21:07
Divulgação/Sedectes Divulgação/Sedectes

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) reuniu, na manhã dessa quarta-feira (24/04), os principais especialistas da área de energias renováveis, produtores e empresas de tecnologia e processos industriais. O encontro teve como pauta a apresentação do Projeto Phoenix à Fundação Renova – entidade responsável pela mobilização para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana.

O Projeto Phoenix busca a inserção das comunidades para ações de bioeconomia, com foco na produção de biocombustíveis para os segmentos de transportes e mineração, e fornecimento de insumos para outros segmentos agroindustriais, estabelecendo as bases para um novo ciclo virtuoso de crescimento sustentável da economia regional.

As atividades são criadas e desenvolvidas por meio da Plataforma Mineira de Bioquerosene e Renováveis, projeto idealizado pelo Governo de Minas Gerais, que busca desenvolvimento sustentável por meio da macaúba. O coordenador do Plano de Desenvolvimento da Plataforma Mineira de Bioquerosene e Renováveis, Carlos Malta, destaca a eficácia do projeto. “O Governo do Estado precisa se posicionar como o indutor deste projeto, pois a cadeia produtiva é complexa e extensa, envolvendo vários parceiros. Além disso, com as pesquisas agrícolas, de processamento e transformação da matéria-prima avançando e a nossa forte vocação agrícola, estamos criando um ambiente atrativo para grandes investidores no nosso estado”, afirma Malta.  

O Projeto Phoenix fomenta a promoção do desenvolvimento sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, visando implantação de uma Cadeia de Diesel Verde e Renováveis do Vale do Rio Doce. A ação integra todos os stakeholders em uma plataforma colaborativa, desde a pesquisa até a produção de óleo vegetal para combustível e outros fins, calcada na tecnificação da agricultura familiar e processos inovadores da economia circular. Além disso, o trabalho tem o objetivo de restaurar as condições de solo para cultivo ou reposição vegetal das propriedades agrícolas da região, buscando (ou aplicando) métodos para a eliminação dos metais pesados e outros contaminantes identificados, além de recondicionamento de margens e calhas do sistema hidrográfico para aumento da produção de água. A recuperação da fauna e flora de toda a Bacia Hidrográfica do Rio Doce através de corredores ecológicos de integração faz parte da proposta.

A primeira proposta discutida na reunião foi a instalação de uma Unidade Técnica de Demonstração, na cidade de Mariana, para sistematizar as informações que serão geradas ao longo do processo do cultivo da macaúba. Futuramente serão instaladas usinas de beneficiamento para tratamento da matéria prima gerada na região.

 

Parcerias para consolidação da plataforma

O trabalho de estruturação da Plataforma Mineira de Biocombustíveis e Renováveis liderado pela Sedectes -- por meio da Subsecretaria de Desenvolvimento Econômico – reúne instituições estaduais e federais, entre elas as universidades: Estadual de Montes Claros (Unimontes), Federal de Minas Gerais (UFMG), Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Federal de Viçosa (UFV). Há parceria de municípios, bem como de empresas privadas como a Soleá/Acrotech, Embraer, Boeing e Gol Linhas Aéreas.

A intenção é fazer com que benefícios sejam proporcionados ao estado e à sociedade, por meio da introdução de uma nova economia com a geração de uma matriz sustentável, desenvolvendo e integrando novas cadeias produtivas com efeitos multiplicadores para a economia regional e nacional no contexto da energia sustentável.

Na prática, três pilares do desenvolvimento sustentável ancoram o projeto: o ambiental com impactos positivos na recuperação de áreas degradadas, bacias de rios e afluentes, bem como na redução das emissões de gás carbônico na atmosfera. Quanto aos pilares econômico e social, a expectativa é de que eles beneficiem uma expressiva quantidade de municípios com a geração de emprego e renda no campo e na cidade, com a cadeia produtiva (plantio, colheita da macaúba e indústria).

A consistência do trabalho desenvolvido em várias frentes e a liderança do Governo do Estado ao reunir instituições de pesquisa e empresas privadas, desperta otimismo e esperança de que Minas Gerais será protagonista em uma cadeia produtiva da macaúba.